It´s the result of my recent 3 days trip to Rome. I´m sorry
for the subtitles speed, but my video editor is very basic. I hope this may be
usefull to whoever wants to learn more about Rome and its historic and
archaeological heritage. I only basically describe what i was able to see,
which is a very small part of Rome´s heritage. Which is, by the way,
fascinating!
O Espírito dos Lugares
Para mim viajar é uma demanda do espírito. Em cada lugar que visito deixo-me envolver pelo seu caráter simbólico, pela sua história. Porque a história de cada lugar é também a minha história. Por intermédio dos seus símbolos e significados - expressão do que há de mais radical e comum a todos os homens -, conheço-me a mim próprio e à minha identidade profunda. O mundo é um livro, e eu, um ávido leitor.
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terça-feira, 11 de setembro de 2018
quarta-feira, 27 de abril de 2016
Tomar - cidade templária
Fundada em 1160 por Dom Gualdim Pais, Grão-Mestre da Ordem
do Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão (vulgo
"Ordem do Templo"), a cidade de Tomar foi a sede dos templários
portugueses durante cerca de 150 anos, até à sua extinção oficial em 1312
por decreto do papa Clemente V, sob influência do rei francês Filipe O Belo.
O rei D. Dinis - talvez o melhor, mais completo e mais sábio
dos reis portugueses -, ao ter conhecimento do édito papal abre um processo
público para julgar os templários portugueses, enquanto nos bastidores prepara
um modo de os proteger e evitar a dissolução da Ordem no nosso país. Com base
no argumento de que Portugal precisava de um ordem militar forte para combater
os muçulmanos nas suas fronteiras, D. Dinis consegue convencer o Vaticano a
autorizar a fundação de uma nova ordem religio-militar, oficializada pela bula papal Ad
ea ex-quibus de 1319. Para esta nova ordem, designada por Ordem
dos Cavaleiros de Nosso Senhor Jesus Cristo (ou simplesmente
"Ordem de Cristo"), D. Dinis transferirá todos os bens da extinta
Ordem do Templo, e nela abrigará os seus antigos membros, nos quais se contavam
não apenas ex-templários portugueses, mas também estrangeiros, nomeadamente
franceses fugidos da perseguição de Filipe O Belo.
Embora a primeira sede da nova ordem tenha sido na vila de
Castro Marim, no Algarve (que, pelo seu posicionamento estratégico próximo dos
territórios muçulmanos bem servia o álibi que, em grande medida, legitimou a
sua fundação perante o Vaticano), por volta de 1357 a sede é instalada no
castelo de Tomar, significando, de certa forma, um "regresso a casa"
da Ordem do Templo, agora ressuscitada com o nome de Ordem de Cristo.
Nas primeiras décadas da nova ordem os grão-mestres eram escolhidos entre os seus membros mais ilustres, sendo o primeiro Gil Martins. A partir de
1417 o grão-mestrado passa para a Casa Real, de onde provirão todos os futuros
governadores/administradores da Ordem. O primeiro é precisamente o Infante D.
Henrique, designado governador da Ordem de Cristo pelo seu pai, o rei D. João
I, sob chancela papal. Quase seria escusado referir a enorme importância desta decisão
para o futuro de Portugal, em particular para a gesta dos Descobrimentos, da
qual o Infante foi o principal organizador e impulsionador, recorrendo não
apenas aos consideráveis bens materiais e financeiros da Ordem para financiar este
projeto, mas também ao corpo de conhecimentos náuticos, astronómicos,
geográficos, etc., que esta acumulou em centenas de anos de contactos e intercâmbios
frutuosos com o Oriente, de comércio e não só, desde a fundação da
"Ordem-Mãe" do Templo em Jerusalém, no ano de 1118 d.C.
Por esta breve resenha história se pode aquilatar a
importância e a mística histórica da cidade de Tomar, lugar de pouso, estalagem
e trabalho das maiores figuras da nossa história, e onde por certo se tomaram
das mais importantes decisões que influíram no futuro de Portugal e do mundo.
Por toda a parte abundam os signos e sinais dessa presença, que remete para
vários sedimentos de história e de vida, desde os romanos, passando pelos
visigodos e os muçulmanos, até ao templarismo português no seus dois
"avatares": o de Ordem do Templo, cavalaria temporal e espiritual das
Cruzadas, e o da Ordem de Cristo, cavalaria temporal e espiritual das
Descobertas.
*
Igreja de Santa Maria do Olival
Panteão dos grão-mestres templários e templo de iniciação
Templo gótico de meados do século XIII construído no
sítio da antiga igreja templária erguida por D. Gualdim Pais. O Panteão
dos Mestres Templários foi sede de nullius diocesis com jurisdição sobre as
igrejas dos Descobrimentos. A interessante estrutura espacial de três naves
serviu de modelo à igreja de São João Baptista e a outras igrejas do gótico
final português. No exterior, destaca-se a magnífica rosácea, a torre de
atalaia adaptada a campanário, e a loggia do século XVI; no interior, a lápide
de Gualdim Pais, o túmulo de D. Diogo Pinheiro e as imagens Nossa Senhora do Leite
e Santas Mães.
Fonte: Site da Câmara Municipal de Tomar (link: http://www.cm-tomar.pt/index.php/pt/que-visitar#igreja-de-santa-maria-do-olival); ver mais informação em desdobrável Percurso Histórico (pdf).
(clique nas fotos para ampliar)
Traseiras do templo |
As tais oliveiras |
Nave central |
Extraordinário e luminoso altar de forma circular, tendo como figura central Nossa Senhora do Leite. Uma vez mais a simbologia do número 5, presente nas 5 janelas em ameia. |
Idem |
Nave central vista a partir do altar |
De acordo com a informação prestada pela guia durante a visita, esta trata-se da lápide funerária de Gil Martins, o primeiro grão-mestre da Ordem de Cristo, herdeira direta da Ordem do Templo em Portugal. Contudo, a lápide de D. Gil Martins situa-se noutro ponto da igreja, na parede adjacente ao túmulo de D. Diogo Pinheiro (imagem seguinte), enquanto esta lápide funerária pertence muito provavelmente a um outro grão-mestre da Ordem do Templo, um tal de D. Lourenço Martins (cf. site oficial dos monumentos portugueses da Direção Geral do Património Cultural, http://www.monumentos.pt/site/app_pagesuser/sipa.aspx?id=6537)
|
Túmulo de D. Diogo Pinheiro, 1º bispo do Funchal (séc. XV) |
Idem |
Cruz "pátea" ou orbicular dos templários, misteriosamente insculpida numa laje do chão |
Misteriosa grafia de "PORTUGAL"
Voltamos ao aspeto curioso da lápide funerária de Gualdim Pais, ao qual fiz referência um pouco acima, e que tem a ver com o modo como está escrito, na mesma lápide, o nome de Portugal. Ora, se é verdade que os templários não faziam nada por acaso, então não devemos descartar a possibilidade de existir um significado oculto no modo peculiar como está escrito "Portugal" (em particular o "GAL") nesta lápide.
Mas vamos por partes. Em primeiro lugar, peço ao leitor que atente à grafia do A e o L em várias palavras da lápide entre as quais, por exemplo, a palavra "TOMARIS" (Tomar) (Fig. 2), "GVALDINUS" (Gualdim) (Fig. 3), ou "TEMPLI" (Templo) (Fig. 4), e outras (ver Fig. 1, vista geral da lápide).
Fig. 1 - Vista geral |
Fig. 2 - "TOMARIS" (Tomar) |
Fig. 3 - "GVAL" de "GVALDINUS" (Gualdim) |
Fig. 4 - "TEMPLI" (Templo) |
Temos, portanto, uma grafia do A e do L perfeitamente normal, utilizada recorrentemente ao longo da escrita da lápide. Agora, atente na palavra "PORTUGAL". O que vê? Olhe especialmente para a sílaba "GAL" (Fig. 5).
Fig. 5 - "GAL" |
EUREKA! É isso mesmo! Apenas na palavra Portugal, em especial na sílaba "GAL", a grafia do A e do L é diferente: o A com traço médio quebrado em forma de "M", e o L com traço vertical atravessado por uma espécie de serpente, que em muito lembra o hieróglifo egípcio com valor fonético dj (figura abaixo).
Veja-se um exemplo retirado diretamente do Antigo Egipto, uma inscrição de um sarcófago (para todos efeitos, uma inscrição funerária, tal como a de Gualdim Pais), na terceira coluna, em baixo, o hieróglio dj (Fonte: Ancient History Encyclopedia Online, link http://www.ancient.eu/Egyptian_Hieroglyphs/) |
Quanto ao A de traço médio quebrado em forma de
"M", misteriosamente utilizado na sílaba "GAL", chamou-me a
atenção o facto de ter grandes semelhanças com uma figura insculpida numa laje
do chão da Charola do Convento de Cristo, que eu tinha visto e fotografado no
dia anterior a esta segunda visita à Igreja (Figura 6, seguinte), e que facilmente pode ser
confundida com uma simples assinatura de canteiro - e pode ser que não passe
disso mesmo.
Creio que esta grafia especial do A e do L merece ser investigada, se é que é verdade que a simbólica templária não é casual. Podemos sempre especular e conjeturar, e dizer por exemplo que este A peculiar tem alguma relação com a simbólica do sagrado-feminino, sendo que o traço médio quebrado faz surgir um "M" na sua base, "M" de Maria. Assim, Portugal estaria desde a sua origem de alguma forma associado ao "sagrado-feminino", a "Maria", assuma ela a forma ou a simbólica que assumir. Daí estar diretamente inscrita no próprio nome "Portugal". Quanto à serpente no L, semelhante ao hieróglifo egípcio dj, quem sabe se não é uma referência à simbólica da serpente, de alguma forma associada ao conhecimento e à sua busca, conhecimento espiritual, sabedoria cósmica. Quem sabe? Ou talvez não seja nada disto, e o dj tenha apenas uma espécie de função-chave, que nos diz por exemplo em que direção se deve ler o texto - não sei se é correto cientificamente, mas li algures que o dj, dependendo do modo como está disposto, da esquerda para a direta, ou da direita para a esquerda (pois encontram-se ambas as disposições nos textos do Antigo Egipto), pode servir para indicar a direção em que o texto deve ser lido, se da esquerda para a direita, se da direita para a esquerda. Será mesmo assim?
Por fim, gostaria apenas de dizer que aquele que é considerado o selo ou signo de D. João II (Fig. 7), o Príncipe Perfeito, rei entre 1481 e 1495 (logo, quase 300 anos após a morte de Gualdim Pais, em 1195), ostenta também o A de traço quebrado, exatamente com a mesma peculiar grafia, facto que, tanto quanto pude investigar, é uma raridade noutros selos reais. Acho apenas curioso, não obstante seja bem possível que a explicação para esta aparente correlação de factos seja bem mais prosaica.
Fig. 7 - Selo de D. João II |
Sem dúvida, Santa Maria do Olival é uma preciosidade histórica do nosso país que merece ser preservada, e que parece ainda não ter revelado todos os seus segredos.
_____________________
Igreja de São João Baptista
Templo de estilo gótico tardio, construído por ordem de D.
Manuel I sobre anterior ermida da mesma evocação. Foi concluído no início do
século XVI. A simbólica de D, Manuel (Brasão Real, Esfera Armilar e Cruz de Cristo) está
presente na torre e repete-se no púlpito e nos portais Poente e Norte. No exterior destaca-se a Torre de três corpos, o Portal Principal, o Portal
Norte e o Portal Sul, verosímil memória de um templo primitivo. A estrutura espacial das naves é idêntica à da igreja de Santa Maria do Olival,
enriquecida pelo púlpito da pedra lavrada e pela pintura quinhentista, expoente
máximo da arte pictórica portuguesa do século XVI.
Fonte: Site da Câmara Municipal de Tomar (link: http://www.cm-tomar.pt/index.php/pt/municipio/concelho/patrimonio#igreja-de-são-joão-baptista); ver mais informação em desdobrável Percurso Histórico (pdf).
Fonte: Site da Câmara Municipal de Tomar (link: http://www.cm-tomar.pt/index.php/pt/municipio/concelho/patrimonio#igreja-de-são-joão-baptista); ver mais informação em desdobrável Percurso Histórico (pdf).
A mesma simbólica das armas manuelinas, desta vez também com o escudo de Portugal - Torre da igreja, também designada por "Torre do relógio" |
Nave principal |
Para ter uma ideia geral da principal informação a reter sobre a Igreja - Doc. informativo à entrada |
Alto relevo de esfera armilar em pia batismal |
Numa outra face da mesma pia batismal, estranha figura de face humana. Lembra uma lua ou algo semelhante... |
Última ceia, de Gregório Lopes (séc. XVI) - Um dos vários quadros que ocupam uma das naves laterais da igreja |
Salomé apresenta a cabeça de S. João Baptista, do mesmo pintor |
Cá está. Neste púlpito, a clara figuração de uma cruz da Ordem de Cristo... |
...e na face seguinte o escudo nacional. |
Coluna quadrupla |
Base da mesma coluna, com uns estranhos frisos percorridos por triângulos na base e círculos sobrepostos, separados por barras horizontais... |
Neste caso, um dragão - ou uma serpente alada - luta com um leão (?). Dois símbolos de considerável riqueza e intensidade simbólica. Luta entre o bem e o mal? Entre a serpente, símbolo bíblico do mal e de satanás, e o leão símbolo do leão de Judá, ou seja, David, ou mesmo Cristo (ver Apocalipse 5-5, “E disse-me um dos anciãos: Não
chores; eis aqui o Leão da tribo de Judá, a raiz de Davi, que venceu, para
abrir o livro e desatar os seus sete selos.”)? Ou talvez de Marcos, o evangelista, tradicionalmente representado pelo leão, que neste sentido pode significar a luta do Verbo - ou seja, do Evangelho - contra as forças do mal. Num segundo nível de interpretação, e em termos mais "pagãos", a serpente pode simbolizar a sabedoria, a energia e a renovação espiritual; no caso do dragão, pode simbolizar o desconhecido e oculto. O leão pode significar a força, a luz, o rejuvenescimento, como pode significar as forças cegas da terra, telúricas, e portanto ao mal (ver http://www.dicionariodesimbolos.com.br/). Por conseguinte, a luta do dragão - ou serpente - pode ser um outro de tipo de luta do bem contra o mal, mas neste caso sendo a serpente representante do bem, da sabedoria e do conhecimento, contra o leão, representante das forças cegas, instintivas, do mal. Em qualquer caso, é um conjunto simbólico rico em significado.
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Por fim, vista da entrada da nave a partir do corredor central. |
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Sinagoga de Tomar
A mais antiga de Portugal
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Próximamente
Convento de Cristo
A Sinagoga de Tomar é o único templo hebraico
proto-renascença existente no nosso país. A planta quadrangular e a cobertura
abobadada assente em colunas e mísulas incrustadas nas paredes denotam
influências orientais. Foi construída no Séc. XV e encerrada em 1496, aquando da expulsão dos Judeus
de Portugal, após o que foi convertida em prisão; no Séc. XVII é referenciada
como Ermida de S. Bartolomeu; no Séc. XIX foi palheiro, celeiro, armazém de
mercearias e arrecadação. Só o ano de 1921 lhe devolveria a possibilidade de reaver a dignidade perdida,
quando foi classificada como Monumento Nacional Samuel Schwarz, judeu polaco
investigador da Cultura Hebraica, salvou-a do estado caótico em que se
encontrava, adquirindo-a em 1923 e doando-a, em 1939, ao Estado Português para
o Museu Luso-Hebraico de Abraão Zacuto.(...)
Fonte: Site da Câmara Municipal de Tomar, onde pode ler o texto integral acerca da sinagoga e da antiga judiaria onde esta se integra (link: http://www.cm-tomar.pt/index.php/pt/visitar-2/sinagoga). Mais info. em desdobrável Percurso Histórico (pdf).
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